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Centro de Memória participa da 12ª Semana de Museus (IBRAM)
O presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos do TRT-PR, desembargador Cássio Colombo Filho, abriu a solenidade da 12ª Semana de Museus do IBRAM, no Centro de Memória da Justiça do Trabalho, hoje (14 de maio). Na oportunidade, o magistrado lembrou o arquiteto e médico grego Hipócrates: "A vida é curta, a arte é longa".
PALESTRA
A seguir, o professor Luís Fernando Lopes Pereira (disciplina de História do Direito da UFPR) proferiu a palestra “Museus: coleções criam conexões”. No início, falou sobre as contradições da liberdade moderna que nos livra dos laços rígidos do mundo medieval, mas nos submete a novos laços mais sutis como os do mercado, levando ao desamparo do homem moderno e à solidão. O palestrante citou, ainda, o sociólogo e psicólogo social Gustave Le Bon "Na alma colectiva, as aptidões intelectuais dos homens, e consequentemente, a sua individualidade, esbatem-se. O heterogéneo perde-se no homogéneo e as qualidades inconscientes dominam (...) a incapacidade das massas em raciocinar priva-as de qualquer espírito critico,ou seja, de aptidão de discernir a verdade do erro, de formular juízos precisos.”
Na ocasião, alertou sobre uma citação de Jacques Le Goff a respeito da preservação da história. "Tornar-se senhores da memória e do esquecimento é uma das grandes preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominam e dominaram as sociedades históricas. Os esquecimentos e os silêncios da história são reveladores desses mecanismos de manipulação da memória colectiva.” Ressaltou, então, a importância da preservação da história mediante espaços que trabalhem com a memória, destacando a alta relevância do trabalho do Centro de Memória da Justiça do Trabalho do Paraná, que guarda e preserva os autos de processos antigos. Segundo o professor, "fonte histórica do trabalho no Estado".
O professor falou sobre as coleções de museus em diversos continentes e disse que os antiquários possuem a conexão com museus por terem as mais variadas coleções. Lembrou as diversas fontes históricas, na ocasião, citando dentre elas, os registros fotográficos e as pinturas. Disse que é possível perceber por imagens fotográficas antigas e pinturas como Curitiba era ainda uma pequena cidade no século passado. A cartografia é outro exemplo de fonte de importância histórica, segundo o palestrante, tendo em vista que mediante os mapas consegue-se saber como era cada região do país. Finalizou citando novamente a importância do acervo do Centro de Memória: mediante a coleção há conexão com museus.
FILME
No final do evento, foi exibido o audiovisual “O Dia que Durou 21 Anos”, produzido pela Pequi Filmes e dirigido por Camilo Tavares. O filme é sobre a participação do governo dos Estados Unidos na preparação do golpe de estado de 1964, no Brasil. O filme inicia com a crise provocada pela deposição do presidente Jânio Quadros, prossegue até o sequestro, por grupos armados, do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil Charles Elbrick. Termina com a libertação do diplomata, mediante a troca de 15 presos políticos. O longa-metragem, que estreou nos cinemas brasileiros em 29 de março do ano passado, teve a versão para televisão dividida em três episódios de 26 minutos cada. Recebeu diversas premiações em festivais. No de Saint Tropez, da França, foi considerado o melhor documentário estrangeiro.
