Trinta e duas crianças e adolescentes são premiados por poesias sobre o trabalho infantil
O estudante Davi Miguel Ribas de Oliveira, do Colégio Estadual Leôncio Correia, de
Curitiba-PR, é aplaudido após ler o poema de sua autoria na cerimônia de premiação
do Concursos de Poesia 2024 do PCTIR.
O Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem (PCTIR) do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR) terminou com a premiação dos alunos de escola pública vencedores do Concurso Estadual de Poesia de 2024. Os estudantes do Paraná tiveram que escrever uma poesia sobre os males do trabalho infantil. Trinta e dois alunos de todo o estado ganharam um tablet por suas criações, um em cada regional educacional no Paraná. Os professores orientadores também receberam o aparelho. O tablet foi doado pelo PCTIR com o objetivo de fomentar na comunidade escolar pública uma reflexão sobre os princípios da proteção da infância e da adolescência relacionados ao trabalho. A atividade leva à sala de aula o debate sobre o trabalho infantil e seus impactos na vida do jovem que o exerce.
O encerramento do concurso ocorreu na terça-feira (10) com a premiação de três alunos da Região Metropolitana de Curitiba. A atividade é fruto de uma parceria do Tribunal com o Governo do Paraná, por intermédio da Secretaria da Educação do Paraná (Seed). Os premiados na última etapa da premiação foram Davi Miguel Ribas de Oliveira, do Colégio Estadual Leôncio Correia, de Curitiba, Lucas Ibrahim Barbosa, do Colégio Estadual Valdivino Parolin Acordes, de Fazenda Rio Grande, e Maria Eduarda Marinho Scorsin Barbosa, do Colégio Estadual do Campo de Nossa Senhora da Conceição, de Campo Magro. Os alunos estavam acompanhados de familiares.
Ao longo de um mês, a gestora regional do PCTIR na Região Sul, desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, percorreu o Paraná para entregar em mãos o prêmio aos vencedores. A magistrada destacou o apoio do presidente do Tribunal, desembargador Célio Horst Waldraff, que possibilitou que ela comparecesse a todos os locais de entrega. Ainda, salientou a importância da parceria com a Seed, com os Núcleos Regionais de Educação e com os professores. “Por meio do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, tenho a incumbência de disseminar na sociedade que é melhor estudar, substituindo o mito de que ‘é melhor trabalhar do que roubar’”, afirmou a presidente do TRT-PR, desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão. A magistrada explicou que o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) endereça determinado valor aos tribunais para que seja possível a promoção dessa conscientização. “Esse valor transformamos imediatamente em tablets para, em conjunto com a Secretaria de Educação do Estado do Paraná, realizarmos o concurso”. A desembargadora ressaltou que a ideia de presentear os vencedores com o tablete é, também, um estímulo à inclusão digital desses alunos. O PCTIR foi instituído pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho em 2013 e desenvolve ações coordenadas com todos os regionais trabalhistas do país.
O presidente do TRT-PR, desembargador Célio Horst Waldraff, parabenizou a desembargadora Rosemarie pela atuação no “extraordinário Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem. “Essa é uma chaga em nossa sociedade que precisa ser efetivamente combatida de todas as formas. É preciso destruir o mito de que o trabalho liberta a criança e o adolescente do crime: o que liberta, efetivamente, é o conhecimento, por meio do ensino, que precisa ser valorizado de maneira intensa em nossa sociedade. Devemos resgatar a valorização do ensino, particularmente, na pessoa dos professores”.
A desembargadora do TRT-PR e gestora do PCTIR, Rosemarie Diedrichs Pimpão,
entrega o tablet para Maria Eduarda Marinho Scorsin Barbosa, do Colégio Estadual
do Campo de Nossa Senhora da Conceição, de Campo Magro.
O diretor geral da Secretaria de Educação do Paraná, João Luiz Giona Junior, explicou que a realidade da rede pública é heterogênea, tendo que lidar com situações econômicas e sociais de vulnerabilidade, nas quais os alunos são obrigados, muitas vezes, a trabalhar para contribuir para a renda da família “Há um prejuízo, um impacto direto para a aprendizagem. Levar essa mensagem (sobre os males do trabalho infantil) para os nossos alunos é muito importante”.
Paulo Severino Penteado, que é chefe do Núcleo Regional de Educação de Paranaguá, que abrange Morretes, explicou que o trabalho do Núcleo no litoral envolve contextos sociais diversos, também incluindo povos tradicionais. O trabalho desenvolvido por Kely Mindoa Castro, frisou, chama muita atenção, porque, além do texto produzido, "a estudante consegui unir o conceito que o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná trouxe para abordagem com a realidade indígena de sua comunidade. Interessante que esses alunos conseguem externar, na proposta do Tribunal, dentre vários contextos, as suas realidades e visões sobre o trabalho infantil, em diferentes tipos de povos e culturas”.
As 32 poesias vencedoras foram compiladas em um caderno pela Seed. Acesse AQUI.
O presidente do TRT-PR, desembargador Célio Waldraff, entrega o tablet para Lucas
Ibrahim Barbosa, do Colégio Estadual Valdivino Parolin Acordes, de Fazenda Rio Grande-PR.
Texto: Gilberto Bonk Junior / Ascom TRT-PR
Fotos: Jason Silva / Ascom TRT-PR