Projeto de Cidadania Roberto Dala Barba iniciou 20ª Turma
Criado em 2005, o Projeto de Cidadania e Inclusão Digital Roberto Dala Barba iniciou sua 20ª turma no último dia 5. A aula inaugural foi realizada na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), em Curitiba-PR. A nova turma é composta por 18 crianças e adolescentes de idades entre 11 e 15 anos que fazem contraturno escolar no Centro de Convivência Estrelar (antigo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), da Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré, cidade da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A formatura está prevista para acontecer em novembro.
O conteúdo do curso abrange noções básicas de informática (windows, internet, correspondências eletrônicas, word e prática de digitação) e ergonomia, que é a área da saúde relativa à interação do ser humano com as máquinas. As aulas também abordam temas de cidadania, como acessibilidade, direitos humanos, inclusão, direitos e deveres do trabalhador, erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil, prevenção às drogas e violência urbana, trabalho decente e trabalho seguro, entre outros.
Isadora da Silva é uma das alunas que participam da 20ª turma do Projeto de Cidadania e Inclusão Digital. Ela já tem alguma noção de informática em casa e na escola onde estuda, na rede de ensino público de Almirante Tamandaré. Ela afirma que utiliza o computador tanto para fazer pesquisas de estudos quanto para se divertir com jogos. “Eu gosto de fazer quizzes, porque a gente aprende bastante, e gosto de fazer o Redação Paraná. Gosto de escrever bastante”, declarou.
Renato Pacheco também é um dos 18 alunos da nova turma. Ele não se considera uma pessoa tímida e diz que nunca teve muito contato com computadores, exceto para jogar o jogo Free Fire. O sonho de futuro de Renato é um tanto diferente quanto singelo, em relação a maioria das crianças de sua idade: ele quer ser criador de galinhas, mas pretende usar os computadores para a comunicação. “Eu quero escrever e fazer edição”, diz sem pestanejar.
A juíza auxiliar da Presidência Angélica Cândido Nogara Slomp entrega o kit do
projeto para um aluno. Ao lado deles, o secretário de Família e Desenvolvimento
Social de Almirante Tamandaré, Ernesto Antonio Rossi.
A juíza auxiliar da Presidência, Angélica Cândido Nogara Slomp, representou a atual administração do Tribunal na cerimônia de abertura. A magistrada afirma que o sucesso do projeto, em grande parte, se deve às instituições parceiras e aos voluntários, pois estes encontram respaldo na estrutura do próprio TRT-PR. “O nosso Tribunal valoriza muito e se preocupa muito com a sua relação com a sociedade. O Poder Judiciário não pode funcionar de modo encastelado. Nós temos que conviver com a nossa sociedade, que é a destinatária do nosso serviço. E essa oportunidade desse projeto é a concretude desse pensamento”, afirmou.
A Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré foi representada pelo secretário de Família e Desenvolvimento Social, Ernesto Antonio Rossi. Para ele, o maior desafio que o poder público enfrenta é quanto à construção da cidadania, já que a desigualdade econômica é muito grande naquela cidade da Região Metropolitana de Curitiba. “Nós temos assim vários alunos, várias crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade social, no Centro de Convivência Estrelar. Quando aparece uma oportunidade como essa, de trazer essas crianças para um novo universo, de apresentar para elas todo esse conhecimento ao qual elas vão ter a oportunidade de ter contato, isso muda a vida dessas crianças. São 18, parece que é pouco, mas no contexto em que essas crianças estão, elas têm a capacidade de multiplicar. Então o impacto que isso causa na nossa sociedade é muito grande”, observou.
A aula inaugural teve também a presença virtual das idealizadoras do Programa de Cidadania e Inclusão Digital Roberto Dala Barba: a servidora que propôs a realização do Programa, Terezinha do Belém Schimuda, e a atual diretora da Escola Judicial do TRT-PR, desembargadora Ana Carolina Zaina, que em 2005 era Coordenadora da Comissão de Responsabilidade Socioambiental do Tribunal.
Estiveram presentes ainda os Diretores da Universidade Livre para Eficiência Humana (Unilehu), Yvy Karla Bustamante Abbade e Henry Xavier.
Texto: Pedro Macambira Filho / Ascom TRT-PR
Fotografias: Jason Silva / Ascom TRT-PR