Crianças e adolescentes são juízes e advogados por um dia, no Centro de Memória
O último livro que eu li foi sobre a história do Direito”, contou a estudante Ana Julia Barreto, de 10 anos, que cursa a 5ª série na Escola Municipal Ensino Fundamental Papa João XXIII da capital. A jovem, que pretende ser advogada, visitou a sede do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), em Curitiba, e disse que a experiência foi “uma aula de advocacia”.
Ana Julia foi um dos 65 estudantes, entre crianças e adolescentes, que estiveram no TRT-PR na sexta-feira, 10 de junho. Os jovens, da 5ª e 6ª séries, estudam na mesma escola.
O objetivo da visita foi explicar aos alunos o papel da Justiça do Trabalho, o funcionamento do Tribunal e a importância da conscientização contra o trabalho infantil. O Desembargador aposentado Márcio Gapski, o Juiz Luciano Augusto de Toledo Coelho, a pedagoga Luíza Helena Nascimento, a professora Ana Cristina Zanon de Araujo, do Núcleo Regional de Edução (NRE) do Portão, e a servidora Andreia Baltazar Dias, do Centro de Memória, deram as explicações. Perguntados pela servidora se queriam ser magistrados, metade da turma levantou a mão.
Os jovens estiveram no Plenário Alcides Nunes Guimarães, onde ocorrem as sessões da Seção Especializada e as audiências de dissídio coletivo, e no Plenário 1, onde acontecem as sessões da 1ª, 3ª e 5ª Turmas. Vestiram toga, sentaram-se nas poltronas onde atuam os Desembargadores e ocuparam a tribuna, de onde os advogados fazem a sustentação oral. Microfone ligado, fizeram a simulação de uma sessão de julgamento.
Os jovens conheceram o Centro de Memória e a exposição em homenagem aos 80 anos da Justiça do Trabalho, onde viram e se divertiram com os objetos utilizados no passado pelo Tribunal, como uma máquina de escrever Olivetti manual, datada de meados do século passado, e um relógio ponto.
Melissa Rosa, que cursa a 5ª série, achou os equipamentos “de antigamente muito bonitos”. Ela achou divertida a experiência de datilografar em uma máquina de escrever elétrica Olivetti Praxis 201, da década de 80. Sobre o futuro, Melissa ainda está em dúvida: quer ser veterinária ou advogada.
Terminada visita, o grupo que visitou o Regional no período da tarde não queria ir embora. Estavam simulando sessões de julgamento cujos temas eles próprios propuseram. A maioria disse que quer voltar ao Tribunal.