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Tribunal Regional do Trabalho 9ª Região

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Um pouco de história: o trabalho feminino no Brasil

Notícia publicada em 15/03/2020

O dia 8 de março celebra o Dia Internacional da Mulher. Para este mês, o TRT-PR preparou matérias especiais que vão além da comemoração. O intuito é trazer informações, fomentar o conhecimento e também estimular as possíveis reflexões que permeiam essa data marcada por lutas pela igualdade de direitos políticos, civis e econômicos.

Hoje, o assunto é a história do trabalho da mulher no Brasil.

Na colônia, enquanto os homens em geral estavam na agricultura, na mineração e na devastação, conquista e defesa de terras, a maior parte das mulheres permanecia restrita a serviços domésticos, relacionados ao lar e à lavoura de subsistência.

Já havia a preconfiguração de uma jornada dupla para as mães, brancas ou escravas. Além dos serviços prestados em casa ou sob regime de escravidão, as mulheres ainda cuidavam de seus filhos ou dos filhos de seus senhores. Esta configuração atravessou o período colonial e se manteve com a chegada dos imigrantes, nos séculos XIX e XX. As imigrantes tinham trabalho e jornada dupla, o que não era valorizado numa formação social em que o homem era o chefe da família, mas também o chefe do trabalho.

Se de início a força física e a falta de conhecimentos técnicos restringiam as mulheres às atividades domésticas, foram as questões culturais que fizeram perdurar essa relação no tempo. No início do século XX, predominava o preconceito em relação ao labor não doméstico da mulher. Trabalhar fora de casa foi por muito tempo considerado "promiscuidade" e falta de cuidado com a família.

Na década de 50 a participação das mulheres em trabalhos fora do lar aumentou, especialmente naqueles relacionados ao setor de serviços de consumo coletivo, escritórios, comércio e serviços públicos. Porém, permanecia o preconceito e a ideia de incompatibilidade entre casamento e vida profissional.

Atualmente, no Brasil, cerca de 51% da população é composta por mulheres e sua participação no mercado de trabalho é de 44%. Embora este número tenha aumentado consideravelmente nos últimos anos, ainda necessita de atenção. Para fins comparativos, registra-se que 65% dos homens estão empregados. Outro ponto incoerente é que as mulheres possuem maior escolaridade, mas continuam ganhando menos - cerca de 79% do salário recebido por eles, segundo dados do IBGE.

Infelizmente os dados se repetem nos últimos anos, demonstrando uma demora na diminuição da desigualdade relacionada ao gênero no Brasil. Em agosto de 2019, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou o relatório “Mulheres no mundo do trabalho. Desafios pendentes para uma equidade efetiva na América Latina e no Caribe”, em que se verificou uma ressonância das estatísticas brasileiras com o restante da região.

O documento apresentou, ainda, um dado importante: o preconceito enfrentado pelas mulheres desde o seu ingresso no mercado de trabalho, que é a quantidade de trabalho doméstico sob sua responsabilidade.


O trabalho doméstico segundo a OIT


O relatório da OIT indicou que 80% do trabalho doméstico ainda é exercido pelas mulheres. No Brasil, enquanto que os homens despendem 10,9 horas semanais em tarefas do lar, as mulheres dedicam 21,3 horas, em média, de acordo com o IBGE.

Os dados mostram que a evolução da mulher no mercado de trabalho não esteve acompanhada de uma mudança de mentalidade necessária de que o empenho no chamado “terceiro turno” de trabalho deve ser dividido entre homens e mulheres. Outro equívoco que ainda persiste eventualmente é o de que há incompatibilidade entre casamento e vida profissional.

O relatório da OIT ressaltou que uma das formas de favorecer o ingresso de mulheres em empregos remunerados formais seria o fim da divisão desigual de tarefas domésticas e que a melhora nesse aspecto seria “a mudança cultural mais importante para o progresso na igualdade de oportunidades”.


Homenagem ao mês das mulheres


O blog Nona Todo Dia traz no seu post especial de sexta -feira indicações de filmes e livros sobre a mulher em seu contexto histórico. Clique AQUI para conferir!

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Assessoria de Comunicação
Texto: Ana Karina Prado
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